




“— O que você fez, Dominic? – repeti entredentes.
Dominic sorriu e disse:
— Só tirei uma foto.
Contei mentalmente até dez.
— Uma foto de quê? – perguntei
— Não vou dizer. Eu seria um grande bundão se dissesse. – Dominic respondeu, dando uma risadinha.”
“(...) Qualquer um no planeta podia me irritar que eu manteria minha calma e conseguiria ignorá-lo. Com exceção de Dominic. Eu não sabia o que ele tinha que conseguia mexer tão fácil comigo. E ele sabia disso.”
“— Que bom que gosta de mim. Já que somos um casal, não iria funcionar se fosse o contrário.
Dominic sorriu.
— Não, eu quis dizer que gosto mesmo de você. Preciso que seja uma parte da minha rotina diária para que eu me sinta bem. Tudo que faço gira em torno de você.
Senti meu coração se contrair.
— Dominic, só estamos namorando há alguns dias e...
— E? Não acredito nessa bobagem toda de que é preciso esperar um bom tempo para se conectar com alguém. Eu já estou ligado a você em um nível bem profundo, lindinha.”
Resenha
Thomas Morris nos presenteia com quatrocentos
e trinta e duas páginas com apresentações sobre cada caso a ser relatado e casos
clínicos de revistas famosas de medicina do século dezoito e dezenove, tão
absurdas que algumas chegam a ser engraçada.
A medicina naquela época era tão precária, mas o ser humano já desde aquele tempo se superava nas burrices e atitudes extremamente erradas e desesperadoras. Digo isso, pois em um desses relatos um homem com ego grande demais acabou literalmente dando “murro em ponta de faca”.
Thomas tem um humor negro com uma pitada de sarcasmo, dando sua opinião
sobre os absurdos que relata em cada capitulo, com riqueza de detalhes de cada
procedimento.
Cada capítulo com objetos inimagináveis dentro do estomago, ânus, tratamentos e remédios nada convencionais, com registros reais da medicina antiga com muitas curiosidades daquela época em que o ser humano era submetido a procedimentos que hoje em dia, seriam na opinião de muitos, macabro, bizarro e pré-histórico.
O livro é dividido em sete partes, denominados como Incisões. Cada
capitulo tem uma breve descrição entre sete a nove casos e foram relatados por
médicos há mais de trezentos anos, relatos curiosos e interessantes, causando
angustia e assombro, pois infelizmente naquela época não existia anestésico.
O autor explica alguns termos técnicos ou nomes existentes somente naquela época, que com o avanço da medicina foi mudando, como por exemplo: um “apoplético” atualmente chamado hoje de derrame cerebral ou acidente vascular cerebral (AVC).
No caso de pessoa ter sofrido afogamento, um dos tratamentos era
embrulhar a pessoa em peles de ovelha, bezerro ou cachorro, que tinham que ser
esfolados imediatamente antes do procedimento, realmente bizarro!
O autor torna a “tradução” dos registros médicos, termos técnicos, mais incompreensíveis, das curas mais extraordinárias e dos casos mais embaraçosos, mais fáceis de entender e imaginar.
Durante a leitura me fez pensar que apesar do conhecimento e da formação dos médicos naquela época, tão famosos entre a população, pelo país inteiro, por revistas importantes que registravam seus casos de sucesso e critica, a precariedade e falta de higiene nos locais em minha humilde opinião senti horror em alguns momentos, pela forma como alguns procedimentos e cirurgias eram realizados, as medicações caseiras são de causar repulsa (saliva e sulco gástrico de pombo, fezes de cobras) e por incrível que pareça alguns davam resultados para a cura do paciente e outros ainda mais bizarros nem tanto.